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A monitorização dos oceanos com dados geoespaciais: o futuro da sustentabilidade e segurança marítima

14 janeiro 2025

Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e desempenham um papel crucial na regulação do clima global, no fornecimento de alimentos e na biodiversidade marinha.

No entanto, com a crescente pressão das alterações climáticas, da poluição e das atividades ilegais, a necessidade de monitorizar e proteger os oceanos nunca foi tão urgente. Felizmente, os avanços tecnológicos, especialmente no campo dos dados geoespaciais, oferecem novas oportunidades para melhorar a monitorização dos oceanos e garantir a sua sustentabilidade.

 

O uso de dados geoespaciais para a monitorização dos oceanos envolve a recolha, análise e interpretação de informações provenientes de várias fontes, como satélites, sensores marítimos e imagens de radar, entre outras tecnologias. Estes dados permitem mapear a superfície dos oceanos, monitorizar o comportamento das correntes marítimas, detectar alterações na temperatura da água e identificar as condições meteorológicas adversas que afetam as regiões costeiras e a navegação.

Uma das inovações mais significativas nesta área é o uso de satélites para monitorização em tempo real. Satélites equipados com sensores e câmaras de alta resolução podem capturar dados detalhados sobre vastas áreas oceânicas, facilitando a deteção de derramamentos de petróleo, tráfego marítimo, atividades ilegais, como pesca clandestina, e até icebergs à deriva, que representam um risco significativo para a navegação. Ao integrar estas informações em sistemas geoespaciais, as autoridades podem obter uma visão abrangente e precisa das condições nos oceanos, permitindo respostas rápidas e eficientes a incidentes e ameaças ambientais.

O PoSat 2 e a Constelação ATON: O “Waze dos Oceanos”

Um exemplo inovador do uso de dados geoespaciais para a monitorização dos oceanos é o PoSat 2, o primeiro satélite comercial da empresa LusoSpace e o primeiro da futura constelação ATON, que vai permitir mapear os oceanos através da monitorização das alterações climáticas e criação de novos serviços de segurança.

A LusoSpace está a liderar esta jornada com uma inovação revolucionária, o “Waze dos oceanos”, através de uma constelação de 12 satélites”. Este sistema único a nível mundial fornecerá informações cruciais, incluindo áreas de maior tráfego marítimo, atividades ilegais, derrames de petróleo, icebergs à deriva, zonas de condições meteorológicas adversas, entre muitas outras.

A constelação ATON será capaz de analisar grandes volumes de dados geoespaciais, cruzando informações sobre as condições do mar, o comportamento dos navios e os fatores ambientais. Isso permitirá que as autoridades marinhas ajam de forma proativa, antecipando crises como derramamentos de petróleo ou colisões marítimas, e promovam a gestão eficiente das zonas costeiras e marinhas.

Importância da monitorização dos oceanos para a sustentabilidade ambiental

Os oceanos são um ecossistema vital para o equilíbrio ambiental global. Eles desempenham um papel essencial na absorção de dióxido de carbono e na regulação das temperaturas globais, sendo fundamentais para combater as alterações climáticas. A monitorização através de dados geoespaciais permite identificar rapidamente as áreas afectadas por fenómenos como o aquecimento global, a acidificação dos oceanos e as modificações nos ecossistemas marinhos.

Além disso, com a crescente pressão da pesca ilegal, do tráfico marítimo e do desmatamento das zonas costeiras, a monitorização eficaz das actividades humanas nos oceanos é essencial para a proteção da biodiversidade marinha. Os dados geoespaciais permitem rastrear a actividade pesqueira ilegal, localizar áreas de concentração de espécies ameaçadas e identificar regiões de risco para a conservação dos ecossistemas marinhos.

Colaboração global e inovação tecnológica

À medida que os desafios globais relacionados com a sustentabilidade dos oceanos se intensificam, é essencial que os países e as empresas continuem a investir em tecnologias inovadoras e a colaborar em projectos globais para melhorar a monitorização marinha. A partilha de dados, a cooperação internacional e o uso de inteligência artificial para analisar grandes volumes de dados geoespaciais são passos fundamentais para alcançar um futuro mais sustentável para os oceanos.

A iniciativa da LusoSpace é apenas um exemplo de como as tecnologias espaciais podem revolucionar a gestão dos oceanos, mas para garantir que a monitorização seja eficaz, é necessário continuar a desenvolver e implementar novas soluções tecnológicas e políticas públicas de protecção.